domingo, dezembro 14, 2025

 

3º Domingo do Advento (14 dezembro)

 



Bem-aventurado aquele que não encontrar em 

Mim motivo de escândalo. (cf. Mt 11, 2-11)

 

Jesus de Nazaré é pedra de tropeço para muitos:

porque é galileu, filho de um carpinteiro, pobre,

manso e humilde, come com os pecadores,

aceita mulheres como seguidoras,

fala do culto, do templo e do sábado

criticando o ritualismo e falta de coerência de vida,

é preso e crucificado, morto e sepultado.

Para estes dificilmente Jesus podia ser caminho de salvação.

 

Por entre tanta luz colorida

e ornamental a apontar para o consumo,

é difícil de aceitar Jesus, simples e despojado,

como o mestre a seguir e a anunciar,

no silêncio das margens e contemplação do essencial.

Mas há gente que é feliz e encontrou Nele a via do Céu,

e é capaz de ver num deficiente uma pessoa humana,

num pobre e refugiado um irmão,

no perdão uma libertação e abraço de paz e reconciliação,

na partilha a caridade em ação,

no voluntariado a gratuitidade a render esperança.

 

Senhor Jesus, amigo invisível que nos guias e salvas,

obrigado pelo teu Espírito que faz de nós,

não pedras de tropeço, mas pedras vivas da tua Igreja.

Espírito Santo, leva-nos mais longe e mais profundo,

para além das nuvens da aparência,

que nos surpreende a tocar a verdade que busco

e o amor puro que anseio pois anda em mim misturado de egoísmo.

S. João da Cruz, ensina-nos a viver nesta noite escura da fé,

que muitas vezes faz do caminho um tropeço para caminhar.



sábado, dezembro 13, 2025

 

Sábado da 2ª semana do Advento, S. Luzia (13 dezembro)

 



Em vez de o reconhecerem, fizeram-lhe tudo o que quiseram. (cf. Mt 17, 10-13)

 

O projeto de Deus vai-se realizando sem nos darmos conta.

Até nas linhas tortas da nossa vida, Deus vai escrevendo direito.

Veio João Batista para despertar e preparar a vinda do Messias,

mas aqueles que o deviam reconhecer, confundiram-no com um louco

e não escutaram a sua voz que prepara os caminhos de Deus,

a partir do deserto e de uma radicalidade que espanta.

Mesmo João Batista tem dúvidas e manda perguntar a  Jesus

se Ele era o Messias ou se deviam esperar outro.

 

Hoje apresentam-se por aí muitos messias,

que prometem resolver tudo e iniciar um tempo novo,

paradisíaco, sem males nem injustiças.

Mas todos esses ditos messias vão passando

e as suas fragilidades vão aparecendo

e um dia destes até enfermam e morrem como qualquer mortal.

E talvez os verdadeiros enviados de Deus,

vestidos de pelo de camelo e afastados do mundo,

ou sociáveis e de olhar compassivo e bom,

não são reconhecidos e até são ridicularizados e perseguidos

pelo seu sotaque e origem simples e pobre.

 

Senhor, mistério de bondade que nos redime

na sombra da história, mostra-nos a vossa face.

Espirito Santo, dá-nos o dom do discernimento,

para podermos reconhecer os profetas de Deus

e seguir os seus passos, na fidelidade e na humildade.

S. Luzia, virgem e mártir, reza por nós,

tão medrosos de confessar Jesus Cristo

e escondidos na normalidade do senso comum.



sexta-feira, dezembro 12, 2025

 

6ª feira da 2ª semana do Advento (12 dezembro)

 



A quem poderei comparar esta geração? É como 

os meninos sentados nas praças. (cf. Mt 11, 16-19)

 

Deus bem fala de muitas formas,

umas vezes de forma sóbria e distante como João Batista,

outras vezes de forma próxima e festiva como Jesus.

Comportamo-nos como crianças entretidas com seus jogos

que superficializam tudo como uma diversão inócua

e, como comentadores de bancada, classificam todos

como estranhos, sem qualidade e longe de Deus..

Os outros têm defeitos, eu não!

 

Há gente que não vai à missa porque não gostam do padre;

outros não participam da Igreja,

porque não vão com a cara do bispo;

outros porque o padre é estrangeiro;

outros porque a igreja não tem um coro de qualidade…

Há alguns que se desculpam com a história passada da Igreja

ou o património cultural que conservou.

Há outros ainda por causa do escândalo de alguns padres…

Não importa a salvação e a conversão própria,

importa sim encontrar motivos para não nos convertermos.

 

Bom Deus e Mestre da pedagogia do amor,

obrigado pela criatividade na forma de nos falares

e perdoa o pedregulho duro e surdo que em nós encontras.

Espírito Santo, abre-nos à santidade de Deus

e ajuda-nos a aproveitar a graça deste Advento

para uma verdadeira caminhada de conversão.

Liberta-nos das desculpas que arranjamos

para não sermos fieis ao Evangelho

nem sermos terra boa para acolher a tua semente de vida.



quinta-feira, dezembro 11, 2025

 

5ª feira da 2ª semana do Advento (11 dezembro)

 



Todos os profetas e a Lei profetizaram até João. (cf. Mt 11, 11-15)

 

A ação de Deus na história começou com a criação

e continuou com a aliança, os profetas e os santos.

O Antigo Testamento prepara e conduz ao Novo Testamento.

É o mesmo Deus Trindade que se revela em Jesus

e é preparado por João Batista, formado na escola de Elias.

É grande e sóbrio, vive no deserto

e acolhe a humanidade pecadora,

convoca à conversão e dá testemunho da verdade,

sem medo de ser perseguido ou morto.

Diz o que Deus lhe pede para dizer

e não o que os ouvintes querem ele diga.

 

Respiramos uma cultura sem coluna vertebral,

que se adapta a qualquer moda que cheira a novidade.

Ser profeta soa a intransigência e fanatismo,

ou incapacidade de ser politicamente correto.

Há fundamentalismos ideologicamente formatados

e estrategicamente orientados para serem poder

ou afastar os opositores pelo medo ou ameaça.

A profecia, pelo contrário, é iluminadora,

diz a verdade na caridade, busca a justiça e a paz,

transmite-se por pessoas de Deus, com fé e esperança.

 

Bendito sejas Deus da verdade e do amor,

porque usas a nossa boca e o nosso testemunho

para comunicares o teu projeto e alertas,

como Pai que ama e quer salvar

e como Filho que nos adotas como irmãos.

Bendito sejas Espírito Santo, pela inspiração da profecia,

que proclama o Evangelho  com fidelidade e assertividade

e nos ilumina o caminho de Cristo nos desafios da história.

S. João Batista, ajuda-nos a ser profetas íntegros como tu.



quarta-feira, dezembro 10, 2025

 

4ª feira da 2ª semana do Advento (10 dezembro)

 



Vinde a Mim, todos os que andais cansados e 

oprimidos, e Eu vos aliviarei. (cf. Mt 11,28-30)

 

Deus é amor e o amor não se cansa nem desiste do amado.

Assume a missão eterna de pacientemente nos salvar,

perante a inconstância e a desistência da criação em acreditar.

O Filho de Deus foi enviado para só voltar

quando todas as criaturas forem livres e curadas,

e livremente O imitarem no trabalho incansável

e a sua missão continuarem,

e com o mesmo amor servirem, sem resistência nem desistência.

O jugo do amor é leve quando motivado pela fé e o amor.

 

Ao ritmo desenfreado em que andamos,

é natural que nos sintamos cansados e deprimidos.

Por isso, quase todos se queixam de andar cansados,

deprimidos, sem vontade de trabalhar,

sonhando fugir para bem longe,

e esta é a motivação maior para gozar férias.

Alguns, mesmo em férias, têm dificuldade em desligar.

O que estranha é que mesmo o clero anda cansado

e não procura Jesus para descansar e se aliviar!

 

Bendito sejas, bom Deus, porque não te cansas de nós,

nem perdes a esperança perante tanta mentira e queda.

Bendito sejas Jesus, tal e qual o coração do Pai,

incansável em querer que ninguém se perca,

mesmo quando esquecendo-se de si,

oferece a sua vida na cruz para nos salvar.

Espírito Santo, dá-nos o dom da fortaleza e da paz,

para que não nos cansemos de amar a todos,

nem desistamos de perdoar a quem nos ofende,

servindo a caridade com alegria e a missão com ardor.



terça-feira, dezembro 09, 2025

 

3ª feira da 2ª Semana do Advento (9 dezembro)

 



Não é da vontade de meu Pai que está nos Céus que se perca um só destes pequeninos. (cf. Mt 18, 12-14)

 

Para Deus todos somos importantes,

porque criaturas criadas por amor

e olhadas com a ternura de Pai e Mãe.

O Filho eterno de Deus vive a mesma paixão pela criação,

e aceitou nela encarnar e fazer nela sua morada,

para trilhar os nossos caminho e buscar com paciência

as ovelhas perdidas, a humanidade desesperada e sem rumo.

A Deus não interessa a quantidade ou alguns,

Ele quer-nos a todos, todos, todos.

Que desafio ser amado assim e ser discípulo de Jesus,

nós que nos contentamos com pouco

e perdemos este ardor missionário.

 

Os chamados praticantes ficámos um grupo reduzido.

Há lugares de sobra nos bancos da nossas igrejas.

No entanto, já nos habituámos a isso,

e convivemos tranquilamente com este pequeno número.

Talvez tenhamos deixado hibernar o nosso coração de pastor

e enfraquecer o nosso horizonte de “todos os povos”.

Multiplicam-se as paróquias diminutas entregues ao mesmo pastor,

que mal tem tempo para as visitar a todas a correr

e nelas celebrar a Eucaristia e outros sacramentos,

focados no que resta de uma geração feminina e envelhecida.

 

Senhor, coração de bom pastor, paternal-maternal,

bendito sejas pelo teu amor personalizado,

que a todos conhece e chama pelo seu nome

e derrama toda a sua graça para que ninguém se perca.

Espírito Santo, ateia em nós o fogo do amor por todos

e, a partir da fé e esperança em Jesus,

ajuda-nos a continuar este ardor missionário

e ir ao encontro dos que estão fora e longe de Deus

para lhes anunciar a boa nova de Jesus

e os acompanhar na redescoberta dum novo caminho

de fé, esperança e caridade, na comunhão da Igreja.



segunda-feira, dezembro 08, 2025

 

2ª feira, Imaculada Conceição da Virgem santa Maria

 



Não temas, Maria, porque encontraste graça 

diante de Deus.(cf. Lc 1, 26-38)

 

O sonho de Deus é fazer-nos santos e seus filhos.

O Deus da paciência e da esperança,

esperou o amadurecimento do tempo

e escolheu Maria, sua humilde serva,

para a criar pura e santa, mãe do seu Filho encarnado.

A nova Eva esmagou a cabeça da serpente,

e, em vez de dizer sim à desobediência,

disse sim à voz de Deus: “Eis a serva do Senhor”.

O Verbo Divino preparou Maria para ser sua Mãe na terra!

 

Pelo Batismo renascemos de novo para a graça,

tornamo-nos imaculados do pecado original.

É um enxerto de Cristo na nossa vida,

que precisa de ser cuidado e de nos deixarmos podar

do homem velho, egoísta, surdo e desobediente.

Alguns batizados dão frutos de Cristo, como Maria,

na fidelidade à sua fé e pela graça do Espírito Santo.

Outros batizados, preferem deixar crescer tudo,

esquecendo o Enxerto, ficam-se pela muita rama,

pelo orgulho da árvore altaneira e vaidosa,

e não são encontrados na graça recebida de Cristo.

 

Bendita sejas, Santíssima Trindade, porque esperas em nós

e não desististes de nós, sendo fiel ao projeto original

e de sermos santos e tudo fazeres

para que vivamos como filhos de Deus, à imagem de Jesus.

Bendita sejas, Virgem Maria, a cheia de graça

e Mãe da nova humanidade redimida por teu Filho,

que soubeste dizer não ao tentador

e a tua vida foi sempre um sim à vontade de Deus.

Imaculada Conceição, ensina-nos a ser santos.



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