domingo, dezembro 07, 2025
2º Domingo do Advento (7 dezembro)
Praticai ações que se conformem ao
arrependimento que manifestais. (cf. Mt 3, 1-12)
O Caminho de Deus busca um caminho para entrar
e batizar-nos na água que é Espírito Santo que unge
e fogo que purifica o arrependimento pelo perdão dos pecados.
João Batista vem preparar os caminhos do Senhor,
convocando ao arrependimento dos pecados,
para que a árvore que é o ser humano dê frutos bons,
de justiça, verdade, amor, paz e louvor de Deus.
Vamos passando pelo ano litúrgico sem o deixar entrar.
Fala-se em arrependimento,
em preparar o encontro com o Senhor,
em celebrar o nascimento de Jesus, nosso salvador,
em imitar Maria no seu sim e escuta da Palavra,
em promover a sacralidade da família,
em ser luz daquele que quer ser luz do mundo…
mas os nossos caminhos continuam a dar em feiras,
o nosso horizonte a chegar apenas ao umbigo e ao egoísmo,
a nossa prática religiosa a restringir-se a rituais e deveres esparsos.
Senhor, ansiado das nações,
que já vieste e não te receberam
e queres vir de novo e não Te esperamos,
dá-nos o dom de um Advento vivido a sério.
Espírito Santo, dá-nos o dom de uma verdadeira conversão,
de uma unção da alma que nos purifique do pecado
e nos ajude a dar frutos de filhos de Deus, como Jesus.
Liberta-nos da mentira mascarada de piedade.
sábado, dezembro 06, 2025
Sábado da 1ª semana do Advento, S. Nicolau
Jesus percorria todas as cidades e aldeias, pregando o Evangelho do reino e
curando. (cf. Mt 9, 35—10,
1.5-6)
Jesus é trabalhador da messe de Deus:
foi enviado para ser o caminho, a verdade e a vida.
Ele é o pastor das ovelhas perdidas,
o médico dos enfermos sem remédio,
o irmão que se enche de compaixão
pela multidão que anda cansada e abatida,
sem rumo e sem esperança.
Jesus continua a percorrer os caminhos da humanidade
por meio dos seus discípulos em missão, a Igreja.
Ser cristão não é uma pertença individualista e acomodada,
que só se lembra da Igreja quando precisa,
como se fosse uma criança que faz o que quer
e quando se sente aflito reza e pede sacramentos.
Os batizados são pessoas curadas e perdoadas por Jesus,
enviadas em missão a continuarem a missão de Deus,
fazendo e sentindo a compaixão que veem em Jesus.
Ser membro da Igreja é aceitar ser trabalhador ativo de Jesus,
sempre disponível para dar razões da sua esperança
e testemunho vivo, onde se pode ler o Evangelho
e ouvir que o reino de Deus está próximo.
Tudo o resto é querer receber de graça sem dar de graça.
Bendito sejas, Santíssima Trindade, pela vossa compaixão,
que se faz missão do Filho e do Espírito Santo,
e quer continuar na Igreja com a mesma fidelidade.
Ajuda-nos a ser uma Igreja missionária,
onde todos se unem na mesma prece e na mesma missão,
com o mesmo ardor e perseverança que vemos em Jesus.
S. Nicolau, intercede por cada um de nós,
para que nos tornemos trabalhadores da messe de Deus.
Manda, Senhor, trabalhadores para a tua messe!
sexta-feira, dezembro 05, 2025
6ª feira da 1ª semana do Advento, S. Frutuoso, S. Martinho de Dume e S. Geraldo (5 dezembro)
Jesus perguntou-lhes: «Acreditais que posso fazer
o que pedis?» (cf. Mt 9, 27-31)
Jesus caminha entre nós e nós seguimos a sua voz,
apesar da nossa cegueira e cada passo ser incerto.
A fé impulsa-nos ao seguimento, apesar de ser noite.
Só quando chegamos à casa de Jesus
é que Ele nos dá a graça de O vermos face a face.
A caminhada é em Igreja, dois a dois,
iluminada pela Palavra de Deus e os sacramentos,
em Advento permanente e esperança fiel,
pedindo: “Senhor tem piedade de nós,
mostrai-nos o Teu rosto e seremos salvos”.
A vida tem a cegueira natural do futuro:
só a fé e a esperança nos faz dar passos
e acreditar que o sol vai nascer cada manhã,
o levantar da cama vale a pena,
o sair de casa e trabalhar é um desafio desejado,
fazer investimentos, estudar, plantar árvores é sonhar,
rezar e participar na Eucaristia é um encontro de fé…
Esta cegueira paralisa quando se perde a esperança
e se é dominado pelo medo de fracassar.
Senhor Jesus, não Te vejo claramente,
mas escuto a tua voz cada vez que abro o Evangelho
ou faço silêncio e me coloco à escuta da consciência.
Liberta-nos do ruído das vaidades e ansiedades,
para que Te possamos escutar e distinguir
de outras vozes que nos enganam e exploram.
S. Martinho, S. Frutuoso e S. Geraldo,
intercedei para que sejamos uma Igreja missionária,
animada pela fé e a esperança, em constante Advento.
quinta-feira, dezembro 04, 2025
5ª feira da 1ª semana do Advento (4 dezembro)
Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’
entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a
vontade de meu Pai. (cf. Mt 7, 21.24-27)
O alicerce da nossa vida é o nosso Criador.
Nele e por Ele nascemos, crescemos e vivemos,
e a nossa vida só será harmonia e feliz
se vivermos segundo a vontade de Deus.
Temos liberdade para cada um seguir o seu caminho,
no entanto, o encontro com a verdade não é feito de palavras,
mas de obras, sentimentos, sonhos e
opções.
Somos chamados a ser como Jesus, Palavra encarnada,
sim à vontade de Deus, provado no crisol da cruz.
Habituámo-nos a fugir à verdade com palavras piedosas
e rituais incensados, se possível debaixo dos holofotes
do meios de comunicação social.
E como conseguimos enganar muita gente,
pensamos que podemos enganar também a Deus.
De tanto exercitarmos a mentira travestida,
acabamos por nos enganar e adiar a preparação
para o encontro com a Verdade que nos julgará.
Senhor Jesus, tende compaixão de nós
porque somos pecadores revestidos de piedade.
Há noite em nós que precisa da luz e do fogo do Espírito,
do alicerce da Palavra de Deus e das mãos de discípulo,
que procura verdadeiramente viver como Jesus.
Dá-nos, Senhor, um verdadeiro Advento,
que nos prepare para a vinda e o encontro com Jesus.
quarta-feira, dezembro 03, 2025
4ª feira da 1ª semana do Advento, S. Francisco Xavier, padroeiro das Missões (3 dezembro)
Não quero despedi-los em jejum, pois receio que desfaleçam no caminho. (cf. Mt 15, 29-37)
Jesus é o Messias esperado que cura os doentes
e alimenta os fracos com a sua palavra e o pão da partilha.
É pela compaixão que o Messias realiza a sua missão.
É pela misericórdia que anseia pelo encontro definitivo
para nos sentar à mesa do banquete nupcial,
onde coxos, aleijados, cegos, surdos, mudos,
pobres, migrantes, refugiados e mal-amados são desejados.
Todos, todos, todos, são convidados a sentar-se à mesa da partilha,
onde nada se compra nem se vende, porque tudo é graça.
Nos discursos populistas dos tempos que correm,
não importa se os migrantes vão desfalecer,
de estômago e mãos vazias,
o importante é ver-se livre deles, longe da vista e do coração.
Na gestão de uma empresa que quer ter mais lucros
e reduzir os encargos com os recursos humanos,
recorre à robótica e à inteligência artificial,
sem se preocupar com o que vai acontecer
aos que são dispensados e caiem num emprego inserto.
A pastoral meramente ritualista,
que não se preocupa em dar o pão da Palavra e da caridade,
deixa partir em jejum os seus irmãos sem se preocupar
com a sua saúde espiritual e corporal.
Bendita sejas, Divina compaixão, a visita da nossa salvação.
Bendito sejas, Divino Mestre da partilha, ensina-nos a repartir.
Benditos sejas, Pão do Céu, oferecido como alimento de vida,
faz de cada Eucaristia uma antecipação do banquete
onde todos se sentem em casa, na alegria de serem acolhidos e amados.
S. Francisco Xavier, ardor missionário para salvar a todos em Cristo,
ensina-nos a viver no mesmo espírito
e a desbravar novos caminhos de evangelização.
terça-feira, dezembro 02, 2025
3ª feira da 1ª semana do Advento (2 dezembro)
Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo. (cf. Lc 10, 21-24)
O Verbo Divino foi enviado pelo Pai,
simples e acessível, animado pelo Espírito de Deus.
A encarnação fez do Filho de Deus: Jesus de Nazaré,
e o Espírito Santo fez do Carpinteiro o Cristo, o Ungido.
É uma nova criação, bela por dentro,
sábia na humildade, redentora na mansidão,
alegre na missão, fiel na comunhão,
incansável na graça e no perdão.
Também para nós Jesus faz-nos renascer no Batismo,
como ungidos pelo Espírito Santo
que ousa rezar nos lábios pecadores: “Pai Nosso”.
As cidades rivalizam na decoração das luzes de Natal.
São luzes que apontam para a árvore alta e iluminada,
que mais que iluminar o caminho da gruta de Belém,
ilumina o caminho do comércio e do consumo.
No reflexo condicionado de Pavlov,
as luzes de Natal a que é que estão ligadas
ao Advento e à Encarnação do Filho de Deus
ou à árvore de presentes e ao Pai-Natal?
A preparação do Natal conduz à alegria do Espírito Santo
ou à alegria de consumir novidades,
receber presentes e saborear doces e comidas abundantes,
regadas por bebidas que alegram o momento e criam ressaca?
Senhor, dá-nos a alegria da fé de sermos visitados pelo Filho de Deus,
na fragilidade e graciosidade de um menino
que nos propõe a salvação pela graça e perdão.
Espírito Santo, dá-nos o dom da verdadeira alegria,
aquela que não é preciso ser comprada nem induzida
e que gera paz e comunhão, na simplicidade da vida.
Guia-nos neste Advento e unge-nos com a alegria da fé
e da esperança no encontro definitivo com o Filho de Deus.
segunda-feira, dezembro 01, 2025
2ª feira da 1ª semana do Advento (1 dezembro)
Senhor, diz uma só palavra e o meu servo ficará
curado. (cf. Mt 8, 5-11)
O Pai pronunciou uma só Palavra e o Filho foi gerado.
Maria disse sim e a Palavra aninhou-se no seu seio.
O Verbo Divino nasceu Menino, envolto em panos,
e a humildade, despojada de poder, serviu como carpinteiro
no silêncio contemplativo de Nazaré.
Quando o tempo amadureceu, a Palavra revelou-se boa nova,
o carpinteiro fez-se Palavra que cura e peregrino que perdoa,
o mestre do amor ofereceu a sua vida numa cruz,
a Palavra sepultada voltou a falar Paz e a soprar Espírito Santo,
e a Igreja fez-se missão ao serviço da Palavra que cura e salva.
Estamos no tempo da enxurrada das palavras.
No período eleitoral, chovem palavras com assinatura,
palavras de promessa, palavras de ataque e de autoelogio.
A comunicação debita palavras de comentaristas.
Os cómicos ironizam as palavras dos que têm que dizer palavras,
umas hoje e outras contrárias amanhã, como se não ficassem gravadas.
Há palavras que proclamam solenemente oráculos,
mas que a vida manifesta incoerências inconcebíveis.
Há palavras que se dizem em imagens, em arte, em liturgia,
em música, em silêncios, em gestos escondidos de amor...
Senhor Jesus, Palavra de Deus feita carne,
obrigado, porque continuas a falar na Igreja
e em tanta gente de boa vontade que se deixa inspirar pelo teu Espírito.
Aumenta a nossa fé e liberta a nossa oração de muitas palavras,
para que uma única só Palavra se escute e nos traga a salvação.
Espírito Santo, dá-nos o dom da profecia,
para que anunciemos o Evangelho com poucas palavras
e só uma Palavra, a do testemunho do seguimento fiel de Jesus.
Dá-nos o dom de um Advento de escuta da Palavra que salva.